terça-feira, 5 de maio de 2020

Esforço







































Final de 1990.

Primeira temporada de Gerhard Berger na McLaren.

O piloto austríaco assistiu seu companheiro ser campeão de forma absoluta.

A falta de vitórias o deixou inconformado.

Ele sentia que poderia ser melhor que aquilo.

Tinha capacidade.

Resolveu então trabalhar duro.

Diferente de Senna, abriu mão de suas férias.

Praticamente se mudou para Woking, sede da equipe.

Procurou melhorar seu condicionamento físico.

E foi para a pista.

Sessões e mais sessões de treinos.

Parecia um leão.

Incansável.

Veio a primeira etapa da temporada de 1991.

Phoenix, nos Estados Unidos.

Berger estava preparado.

Não só na parte física mas também mentalmente.

Chegava a hora da verdade.

O qualifying.

Era o momento de colher os frutos de seu esforço.

O final da classificação foi inacreditável.

O que era aquilo?

Senna fez a pole position.

E colocou 2,5 segundos no companheiro.

Um monstro.

O austríaco parecia ter levado um soco bem no meio da cara.

Não acreditava.

Ficou atordoado.

Sem rumo.

Suas palavras são reveladoras.

"Levei quatro ou cinco corridas para me recuperar..."

29 comentários:

Rodrigo Keke disse...

O soco deve ter doído ainda mais quando Berger se lembrou (provavelmente) que durante as férias, enquanto ele ralava em Woking, Senna lagarteava no Sol do litoral fluminense.

Ótimo post (como sempre), Corradi!!
Abraço!

politicamente_incorreto disse...

Vou confessar uma coisa que me ocorreu hoje, assim de estalo. Quando li essas história ou quando revi um vídeo do Senna ainda a gora lá no blog do FG ( de vez em quando dou uma olhada lá , mais por curiosidade dos comentários. vixe nossa senhora!! sumiram todos os sensatos e equilibrados, ficou só pinel!!!) quem subiu no meu conceito foi o Prost.
Sério gente, o Prost está me parecendo cada dia melhor, porque ele apanhou do Senna é verdade, mas não foi massacrado. O mais interessante é que o Senna ainda não tinha atingido o ápice, ele aconteceria provavelmente entre 94 e 96. Por saberem disso é que os dirigentes da FIA fizeram olhos de mercador para o trambique dos dois vigaristas da Benetton. O cara correu três corridas contra um carro que não era de F-1 , era bem superior por contar com ajuda eletronica - controle de traçao - e mecanica - fraude no sistema de abastecimento - e mesmo assim foram só duas corridas completas, com mais três corridas o Senna enrabava o Schumacher com controle e tudo e os dirigentes sabiam disso, Não queriam um campeonato que acabasse no meio. Porém amorte do Senna não estava no script e o resto é história......

PS. Apesar de não ser contemporâneo do Clark considero ele junto com o Senna os ET's da categoria, sempre fizeram com extrema facilidade o que para os outros era um esforço tremendo ou então fruto de um final de semana endiabrado. Com Senna e Clark todos os finais de semana eram endiabrados....

Rubem Rodriguez Gonzalez

Anônimo disse...

Ué, cadê o número do carro do Senna?

Carlos Henrique

Anônimo disse...

Geraldo era gente boa, mas como piloto era de mediano para baixo.

Abç,
Emerson Fernando

Anônimo disse...

Nesta prova, Senna fez a pole com 1'21''434. Berger largou em sétimo com 1'23''742.

E vejam quem frequentou o pódio nesta corrida: Senna-MacLaren (1), Prost-Ferrari (2) e Piquet-Benetton (3). Fantástico!!


Carlos Henrique

Rodrigo Keke disse...

"Nesta prova, Senna fez a pole com 1'21''434. Berger largou em sétimo com 1'23''742."

Mas o Berger também fez um péssimo treino para as condições da Mclaren naquele começo de 1991 hein... seria toda a pressão e expectativa de mostrar serviço para ele mesmo e a equipe que atrapalharam?

Luis Vieira disse...

Nos dois anos em que correram juntos na McLaren Prost foi melhor do que Senna, na minha opinião: marcou mais pontos e só perdeu o título de 88 pela regra absurda dos descartes... Em 90, com uma Ferrari inferior à McLaren do "tricampeão" poderia ter conseguido o título não fosse a manobra "revanchista" do brasileiro. Fez o mesmo com o Piquet em 86: a Willians era muito melhor que a McLaren naquele ano, ainda assim o "professor" papou o campeonato... Não sei quem foi o melhor de todos, ou pelo menos o melhor entre os dois (Prost e Senna), mas o Prost não ficava devendo pra ninguém.

fabio disse...

Berger foi um bom piloto, do nível da turma do Patrese, Arnoux, Tambay, Laffite, Barrichelo...

Carlos Gil disse...

Dos campeões brasileiros eu sou mais Piquet, pois nunca apreciei aquele misticismo do Senna que insistia em que o Criador era o seu navegador nos GPs.
Na pista a diferença entre Senna e Prost não era grande (excepto quando havia água no asfalto, pois aí o brasileiro dava "banho" a qualquer um dos pilotos adversários), mas era claramente favorável a Senna.
E ajudas por ajudas, se o Senna era o chauffer do Criador, o Prost era amparado pelo JM Ballestre. É caso para dizer "que venha o diabo e escolha..."
Com polémicas ou sem polémicas, Ayrton Senna e Alain Prost eram magnificos pilotos, e eu agradeço o previlégio de ter assistido a esses anos de duelos fantásticos.

PS: Senna e Prost são também os grandes divulgadores da técnica de atirar o carro para cima do rival para embolsar o título; Herr Shumacher deve ter aprendido alguma coisa com eles.

politicamente_incorreto disse...

Acho que as pessoas deveriam fazer como eu e como os verdadeiros fãs e que se intitulam conhecedores da matéria, o que eus empre analizei nos pilotos é a sua cpapacidade de pilotagem e o que eles faziam nas pistas. jamais fui intimo ou sequer conheci um pessoalmente, como acredito ser o caso de 99,99% dos que navegam na Internet ou jogam conversa fora em botequim.

Então me digam uma coisa com sinceridade? o que me importa se um era adepto de satã e outro se achava um ser divino? o que me interessa se um fazia sexo com jumentos ou se era ninfomaniaco? Será que algum dia o nosso povo irá abandonar a cultura adquirida em novelas da Globo aonde além de asisitirmos temos que trazer personagens para o nosso dia-a-dia?

Desculpem o desabafo, mas acho o espaço diferenciado exatamente por contar com pessoas apegadas exatamente o que nos une que é o amor pela velocidade e pela competição extrema. Esse negócio de querer saber qual a cor preferida da cueca do cara ou se ele gosta de fazer sexo de manhã ou a tarde é coisa de candinha e de boiola.

Qualquer tem o direito de achar o Prost ou o Nakagima melhor que o Senna , pode não achar muito amparo no mundo real para essas constatações mas é uma questão de opinião e vou respeitar a de todos, agora partirmos para essa palhaçada de tentarmos medir as pessoas pelas suas religiões, preferencias, sexo, raça é um começo promissor.... o seu expoente máximo contemporâneo foi Hitler...

Antes que alguem lembre eu mesmo vou lembrar que eu critico a atitude do Piquet fora das pistas. primeiramente sempre critiquei a postura do Piquet mas nunca lhe neguei o devido e merecido valor. e as críticas são devidas não por ele ter se transformado em um ser pedante e arrogante, mas pelo fato que eu acompanho sua carreira desde antes dele ser alguém, era cordato, submisso e lambe saco de repórteres. após ficar milionário ficou altivo e arrogante, realmente não poupo as pessoas de caráter fraco ou duvidoso

Rubem Rodriguez Gonzalez

Anônimo disse...

Quem lê até acredita que o Rubem nunca criticou o Wilson Fittipaldi por suas atitudes fora das pistas...

Dalton Brandao

Verde disse...

Que me perdoem os esforçados, mas...

Genialidade >>>>>>>>> esforço, obstinação, trabalho...

Carlos Gil disse...

Ruben, não considero justo que você questione a expressão das minhas opiniões (30 de março de 2012 11:08), pois tenho consciência de que estão dentro do âmbito deste espaço.
Eu não exijo que aceite, compreenda, ou muito menos assuma, as minhas preferências. Eu próprio não faço minhas as suas opiniões, apesar de partilhar algumas delas.

Eu refiro o misticismo de Senna porque tal era mencionado pelo próprio, em muitas das suas citações acerca do seu sucesso. Senna acreditava que era importante sentir que o Criador estava a seu lado quando pilotava, e que isso o fazia melhorar o seu desempenho. Eu, como agnóstico que sou, acredito que o sucesso de Senna se deveu ao seu extraordinário talento e empenho, e não a nenhuma intervenção divina, mas isso é a apenas a minha opinião, não ambiciono que seja doutrina oficial.

Já agora acrescento uns factos (não opiniões) acerca de mim, sou português, sou oficial na reserva da arma de Artilharia do Exército Português, sou licenciado em História, exerço as funções de Auditor e Técnico Especialista de Ambiente, Qualidade e Segurança numa empresa petrolífera, acompanho a F1 desde 1970, e não vejo novelas pois não aprecio o género.
Não sou, nem me considero como melhor do que qualquer outro, mas não sou o infeliz imbecil que você pretende tipificar no seu texto. Recomendo-lhe alguma contenção na forma e no conteúdo quando pretende criticar os outros.

Saudações, sem qualquer rancor.

Humberto Corradi disse...

Para todos:

A coisa mais difícil do Blog é moderar os comentários.

Peço que sempre se preserve o clima amistoso e lúdico do espaço.

Penso que todos que comentam aqui estão unidos pelo amor ao automobilismo.

Dito isso, uma coisa:

A palavra escrita é uma coisa perigosa.

Esconde a entonação, os gestos, os sorrisos, etc.

O que seria uma postura marcante, pode parecer uma agressão.

A livre interpretação pode levar a mal entendidos.

Tudo bem?

Agradeço a compreensão.

TW disse...

Senna era um gênio. E no quesito classificação, foi o maior de todos! Era sensacional! E não adiantava treinar!

Talvez, 'só' nascer de novo!

Carlos Gil disse...

Não procuro conflitos, mas não aceito, nem nunca aceitarei, que me julguem e condenem por delito de opinião sem que eu me possa defender.
Tudo o mais está bem, e enquanto o Corradi o permitir terei o maior gosto em partilhar este seu blog.

Obrigado pela sua paciência, e venham mais artigos dos seus.

Danilo Candido disse...

Prezado Carlos Henrique,

Realmente estranho não aparecer o n° 1 no carro do Senna. Em diversas outras imagens ele está lá:

http://sportview.com.br/wp-content/uploads/2011/10/senna-1991-phoenix2.jpg

http://2.bp.blogspot.com/-P2VcnI8wUgY/TXhHfSpah0I/AAAAAAAAhjk/Gi-t-DzXs9g/s400/Phoenix%2B91%2B4.jpg

Aqui, neste vídeo da classificação, observe em 6:12 que o número aparece claramente:

http://www.youtube.com/watch?v=RauE6TXC9fQ

Dá a impressão que, nesta foto postada pelo amigo Corradi, o tal numeral foi removido (???).
Prezado Humerto, sabe dizer se a foto que ilustra o post é do treino ou da corrida ?

Amigo Carlos, espero ter ajudado.

Obrigado e um abraço,
Danilo Candido.

Anônimo disse...

Danilo, Carlos Henrique, e demais...

Tenho um DVD do documentário especial '88-90-91, Os Anos do Tri' e fui dar um conferida...

Nas poucas cenas da qualificação, Senna está com o carro #1... durante a corrida também usa o @1...

De duas, uma: ou a foto é de um treino de sexta-feira, ou até mesmo da qualificação... o carro reserva estava lá, preferencialmente, pata Senna e, caso fosse necessário, para Berger (ou cada um tinha 'seu' próprio carro reserva?)). Talvez por isso esse carro estivesse sem o número 'decalcado' nele.

Não me lembro se, ainda em 1991, era permitido usar o carro reserva no treino de qualificação...

um abraço,
Renato Breder

Danilo Candido disse...

Prezado Breder,

Cada um tinha o seu (ou "os seus", no caso do Senna) carros(s) reserva(s):

http://f1corradi.blogspot.com.br/2012/02/arsenal.html

Pelo menos nessa foto deste post "Arsenal" todos possuem número.

Tá estranha demais essa foto sem número no carro...

Um abraço,
Danilo Candido.

Humberto Corradi disse...

Carlos, Danilo e Breder:

Não sei!

Valeu

Anônimo disse...

Pessoal que questiona a falta do número:

Com certeza é photoshop, impossível andar sem número, seja carro reserva ou titular!

Ao Carlos Gil: concordo com você, aquele papo furado do Senna de que "via o Criador" era demais da conta!!

Também concordo com o Rubem no que diz respeito que o que vale é o que o cara faz na pista e não se ele é flamengo ou Fluminense!
E o Carlos Gil só comentou que achava piegas o Senna insistir com aquele papo furado do "Divino", só isso, ok!

Ao Corradi, mais uma vez tiro o chapéu para sua moderação, o que vale mesmo é o pessoal se divertindo por aqui, com respeito e consideração, e nada mais!!

Zé Maria

marcio jose disse...

não podemos nos esquecer que em 90 o Berger botou tempo no Senna na mesma Phoenix.

Senna era um cara vingativo e competitivo ao extremo.

era uma questão de honra para ele destruir seus oponentes

aqueles 0.8s de 90 saiu caro para o Berger em 91!!!!

politicamente_incorreto disse...

Primeiramente devo dizer que estive ausente durante o dia de ontem e hoje, só tive acesso ao blog agora - 21:45' da noiote de sábado e não tinha lido nada sobre a polêmica que na realidade não é polêmica. Não ataquei i Carlos Gil nem ninguém. O que fiz na realidade foi pegar um "gancho" na intervenção dele e aproveitei para desenvolver o meu raciocínio que na realidade é amplo e realmente se baseia em alguns dos conceitos emitidos no comentário do Carlos Gil, só tentei espantar um xiitismo que acaba contaminando os blogs aonde o espaço de discussão é ótimo.
Além do mais em que pese umas duas coisas em comum o seu comentário é bem sensato dentro do seu contexto e da sua opinião, só que o problema é que logo surgem hordas de hunos e bárbaros que acabam atrapalhando as boas idéias que debatemos aqui, nada de pessoal e nem tentativa de tentar te denegrir, até porque os poucos que me conhecem sabem que eu não tenho papas na língua e se fosse direcionado a sua pessoa você seria citado nominalmente, conforme te disse foi só um gancho.

Quanto a sua formação e seus títulos apenas te felicito por todos, sem rancor algum também.

PS E quanto ao questionamento do Dalton Brandão, posso te esclarecer que só posso me referir ao Wilson Jr pelo que ele fez fora da ppista, afinal era manager de uma equipe e deve ser julgado e comentado por essa posição que ocupava na F-1, mas nunca soube por qual time torçe ou suas preferencia pessoais, isso não me diz respeito. Mas como o manager que arruinou a carreira do nosso primeiro multi capeão no ápice da carreira eu vou cair de pau sempre.

Um abraço a todos e fiquem à vontade para me dar umas bordoadas , pois sou humano e factível de erros e falhas.

Eric M. Souza disse...

Tem nego dizendo que o Prost foi superior ao Senna na McLaren, queria um pouco dessa droga para dias ruins.

Nos dois anos, foram 26 poles do Senna contra 4 do Prost (pois é...).

Senna venceu 15 corridas contra 11 do Prost. Uma dessa vitórias foi tirada no tapetão, e ainda seria mais acachapante se o Senna não tivesse batido sozinho em Mônaco ou sido fechado por um retardatário em Monza. Seria, então, 17 x 10 em dois anos.

Prost fui unicamente constante, com menos quebras e menos erros. E só. Senna foi constantemente mais rápido e brilhante nas duas temporadas.

Paulo Moreira disse...

Eu até gostava do Berger, mas gostava muito mais do Senna.

O Berger podia treinar, fazer tudo e mais alguma coisa, mas o Ayrton Senna, chegava de férias, andava pela primeira vez no carro e era mais rápido do que o Berger.

visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/

Patrick Vaz disse...

Corradi, cheguei ao seu blog ao mesmo tempo em que cheguei ao do Flavio Gomes, uns bons anos atrás.
Gosto de ler os seus textos e gostava de ler os dele.
Como disse algum colega acima, ler os comentários lá dá até nojo.
Que aqui não fique igual!
E que você arrume tempo e inspiração pra escrever mais.
Fiquei meio órfão quando sumiram suas postagens.

Lucasmedeco disse...

Eric, aí é que está! Mesmo com esses números, em títulos foi 1x1,(nem vem com o papo de que 89 foi roubado, pq mesmo se tivesse ganho no Japão, teria perdido na Austrália). Nessa época, principalmente, somente velocidade não era suficiente, faltava pro Senna o que o Prost fazia de melhor, ser constante, tanto que ficou a frente nos pontos em 88.. Veja, considero Senna melhor que o Prost sim, mas não era completo nessa época, em 93 sim a temporada do Senna foi excelente e estava muito a frente do Prost.

Vinicius disse...

Como sempre dizem os argentinos, em qualquer esporte, existe hierarquia e há que se respeitá-la. Berger estava muitos degraus abaixo de Senna.

Vinicius Netto disse...

Eu gostava de ver o Berger pilotar e, como o amigo lá em cima disse, ele estava no mesmo patamar de Patrese, Laffite e etc. Mas vale dizer que, quando ele foi pra Ferrari em 1987, tinha um privilegiado Alboreto. Claro, uma equipe italiana com um piloto italiano bom, Berger mostrou serviço impondo sua regularidade naquela temporada. Ano seguinte ficou em terceiro na classificação de pilotos atrás de duas McLarens que devoraram praticamente todas as vitórias naquele ano.

As vezes costumo assistir algumas corridas antigas. A que eu mais gosto de ver é o Gp do Brasil de 1989 quando o Berger deu um chega pra lá no Senna na primeira curva.